Não me contaram como seria ter um filho fora do Brasil. E por isso o post de hoje, já que acabei de passar por essa experiência.
Pode ser que você faça parte das pessoas que pensam em morar nos EUA e planejam ter um filho aqui, ou da turma que mora no Brasil, mas vem para os EUA só para ter o bebê.
Isso existe? Sim, e está cada dia mais comum.
O número de brasileiros que vem para os EUA só pro nascimento do filho, é cada dia maior.
Isso porque os pais querem oferecer a cidadania americana e garantir um futuro melhor pra eles.
Hoje em dia, inclusive, existe até uma empresa em Miami especializada nisso.
É importante lembrar que ter um filho aqui, não garante que os pais poderão morar legalmente, ou ter o greencard e cidadania em seguida. Somente quando o filho completar 21 anos, ele pode solicitar o greencard para os pais.
Se você pensa em fazer isso, vem ler um pouco sobre como funciona.
(Não sou digital influencer então não farei meu relato de parto aqui. Fiquem tranquilos hehe)
Primeiro. Esqueça o que os amigos falam sobre parto nos EUA. Que ficam dias em trabalho de parto, que aqui não dão anestesia, que os médicos são frios…OPA. Essa parte tá certa. Os médicos são frios. Alguns menos, mas a maioria sim. Mas são, na maioria das vezes, super corretos, já que seguem o protocolo a risca.
Os médicos aqui te dão respostas que estão na associação dos médicos, que você encontra na internet. Por exemplo, se a recomendação da associação for que um bebê precisa dormir quarto dos pais até os 6 meses, provavelmente essa vai ser a resposta que seu médico vai te dar.
Se por um lado isso é bom, que te passa segurança, por outro você se sente meio que igual a todo mundo, já que a resposta é sempre a mesma.
Como com os médicos, no hospital funciona da mesma forma. Eles seguem a risca o protocolo.
As frases das enfermeiras parecem decoradas, de moça de call center.
A parte BOA.
Apesar de toda essa frieza dos americanos, que raramente temos com nossos médicos no Brasil, achei a experiência do parto mais humana. Inclusive muito mais que no Brasil (polêmicaaaaa).
Aqui, você só faz agenda uma cesária se tem algum problema de saúde. O natural pra eles, é o parto normal. No hospital, com ou sem anestesia. Você quem decide.
Além disso, o parto acontece numa espécie de quarto de hotel, só com os equipamentos necessários. Eles prezam muito por deixar um clima bem humano. Bebê em contato com a mãe logo que nasce (skin to skin), bebê que mama nos primeiros minutos de vida, bebê e mãe juntos 100% do tempo. E por aí vai.
Além disso, os médicos praticamente “exigem” que você faça os cursos oferecidos pelo hospital de: Baby Care Basics, Primeiros Socorros (cpr), Breastfeeding (se pretende amamentar) e o famoso tour pelo hospital onde você vai ter o seu bebê. Que é pra saber qual a entrada principal, onde parar seu carro, as salas de parto normal, cesária, pós-parto, etc. Tudo pra você se preparar pro grande dia, então o casal se sente mais preparado.
A parte RUIM.
Enquanto minhas amigas que estavam no Brasil, me contavam da ótima estadia delas no hospital, não pude dizer o mesmo.
No Brasil, os pais não querem ir embora do hospital, já que as enfermeiras ajudam muito, dão banho, trocam, ficam com o bebê pra mãe descansar.
Aqui é diferente. A vontade de ir pra casa é imensa, já que basicamente eles te jogam no mar e falam “Agora nada até você não aguentar mais”. Portanto, tenha alguém ou uma turminha, pra te ajudar.
E o pior, o preço é alto. Se você não tem um plano de saúde, você pode ter um custo em torno de $20.000 para o parto.
A parte BUROCRÁTICA.
Já no hospital vem uma pessoa pra te pedir os dados dos pais e do bebê pra você ter tirar o certificado de nascimento nos EUA.
Em menos de um mês, você recebe em casa o Social Security do bebê. O Social, nada mais é, que aquele que nós imigrantes sonhamos em ter (post sobre o social: https://naomecontaram.com/2017/12/27/social-security-e-credito-nos-eua/), como um CPF. Após 3 meses do nascimento, você retira o certificado de nascimento no local indicado e com esses documentos, vai ao consulado, pra fazer o passaporte americano e aí claro, seu filho poder entrar nos EUA sem problemas, quando quiser.
Pra terminar, vale lembrar que o Trump deu uma declaração dizendo que quer acabar com direito a cidadania de filhos estrangeiros nascidos nos EUA.
Dica:
Corra, antes que nosso presida cancele essa mamata.